Qual a diferença entre comprar uma ação e um título de dívida?

Qual a diferença entre comprar uma ação e um título de dívida?

O mercado financeiro apresenta muitas alternativas de investimentos para investidores com diversos perfis e objetivos. Com isso, também surgem dúvidas sobre o funcionamento de cada uma das possibilidades. Por exemplo, você sabe qual é a diferença entre comprar uma ação e um título de dívida?

Apesar de parecerem investimentos semelhantes, eles têm diferenças marcantes — e que precisam ser conhecidas antes de selecionar as melhores opções para a sua carteira. Assim, você investe com mais consciência e elabora uma estratégia alinhada às suas expectativas.

Quer saber mais sobre as ações e os títulos de dívida para escolher o mais adequado ao seu caso? Continue a leitura para conferir!

O que é uma ação e como esse investimento funciona?

Uma ação é a menor parte do capital social de uma empresa, disponibilizada a interessados no mercado de capitais. As ações têm a finalidade de financiar o crescimento da companhia, captando recursos de diversos sócios minoritários.

Assim, ao adquirir os papéis de uma empresa listada na bolsa de valores brasileira (B3), o investidor se torna seu sócio. Com isso, ele tem direto à participação nos resultados do negócio, de forma proporcional à quantidade de ativos que possui.

Existem duas formas principais de lucrar com as ações: vendendo os papéis por um preço superior ao de compra ou recebendo proventos. Esses proventos são benefícios pagos pelas companhias aos seus investidores — como é o caso dos dividendos.

Portanto, os resultados que podem ser obtidos com as ações se relacionam fortemente com o desempenho das empresas presentes no portfólio de cada investidor. Desse modo, também existe maior exposição ao risco. Afinal, se o negócio tiver resultados negativos, as ações podem se desvalorizar.

Tipos de ações

Também é importante saber que existem diferentes tipos de ações. Os principais são:

  • Ações ordinárias (ON) — ao adquirir essas ações o investidor passa a ter o direito de participar das principais decisões da empresa, de forma proporcional à quantidade de papéis que detém. Elas também contam com o tag along, uma proteção em caso de mudança de controle da companhia;
  • Ações preferenciais (PN) — as ações preferenciais não dão direito a voto e nem ao tag along obrigatoriamente, mas oferecem preferência aos investidores em caso de pagamento de proventos.

O que é um título de dívida e como ele funciona?

Como vimos, as ações são alternativas diretamente relacionadas aos resultados da empresa, já que o investidor se torna sócio do negócio. Contudo, também é possível investir sem se expor tão diretamente aos riscos do desempenho das companhias. Isso se dá por meio de títulos de dívida.

A emissão desses títulos — que fazem parte da renda fixa — acontece quando empresas precisam de capital para custear as suas operações. Dessa forma, eles estão disponíveis tanto para negócios que não fazem parte da bolsa de valores quanto para aqueles que já abriram seu capital no mercado.

Os títulos de dívida podem ser privados, quando forem emitidos por empresas e instituições financeiras. Eles também podem ser públicos, quando são emitidos pelo Governo Federal.

Nesse caso, o investidor que adquire esses investimentos de renda fixa não se torna sócio, mas credor da companhia. Logo, há uma promessa de pagamento de dívida — além do compromisso da empresa em remunerar o investidor com juros.

Assim, títulos de dívida funcionam como empréstimos. Os rendimentos obtidos, portanto, não têm relação com os resultados do emissor. Além disso, aquele que faz o investimento sabe como a sua remuneração se dará no vencimento — o que torna os títulos de dívidas mais seguros.

Na prática, um título desse tipo pode ter três tipos de rentabilidade. Na modalidade prefixada, os juros são atribuídos a partir de uma taxa fixa conhecida previamente. Já na pós-fixada, os rendimentos estão atrelados a um indicador econômico, como o CDI (Certificado de Depósito Interbancário).

Há, ainda, a rentabilidade híbrida. Nesses casos, o investimento segue um indicador econômico, como o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) mais uma taxa fixa. Logo, ele oferece ganhos acima da inflação.

Tipos de títulos de dívida

Existem muitas alternativas de investimento em títulos de dívida no mercado nacional. Conheça alguns exemplos:

  • Títulos do Tesouro Direto — o Tesouro Nacional disponibiliza os títulos do Governo Federal na plataforma Tesouro Direto. Nela, é possível encontrar diferentes produtos financeiros;
  • Debêntures — são títulos emitidos por empresas, que também podem ter diferentes regras e condições;
  • CDBs (certificados de depósito bancário) — são emitidos por instituições financeiras, como os bancos;
  • CRI (certificado de recebíveis imobiliários) e CRA (certificado de recebíveis do agronegócio) — são títulos emitidos por securitizadoras e com lastro em recebíveis desses setores.
  • Notas Comerciais —são títulos de dívida de curto prazo, emitidos por empresas. Trata-se de uma alternativa simples e rápida de os negócios captarem recursos no mercado.

O que vale mais a pena: comprar uma ação ou um título de dívida?

Agora que você já conhece mais sobre as ações e os títulos de dívida, é o momento de saber qual alternativa é mais vantajosa para a sua carteira de investimentos. Como vimos, essas possibilidades têm características distintas entre si, que devem ser observadas pelo investidor.

Veja o que analisar para se decidir por uma ação ou título de dívida!

Riscos

Ações e títulos de dívida fazem parte de classes de investimentos distintas. As ações estão no grupo da renda variável. Por conta disso, elas não oferecem previsibilidade quanto aos resultados. Assim, são consideradas alternativas de maior risco.

Já os títulos fazem parte da renda fixa. Ou seja, o investidor sabe o quanto receberá no vencimento da sua aplicação — ou pelo menos conhece as regras do rendimento. Por serem mais estáveis, como você viu, eles são considerados investimentos mais seguros.

Portanto, para saber qual das opções é a mais adequada para o seu caso, você deve considerar quanto risco aceita correr. Para isso, é preciso conhecer o seu perfil de investidor. Ele pode ser conservador, moderado ou arrojado — indicando, em ordem crescente, qual a sua tolerância aos riscos do mercado.

Rentabilidade

A rentabilidade esperada também é um aspecto a ser considerado. Por serem mais instáveis, as ações apresentam um potencial de ganhos mais elevado. Já os títulos de dívida oferecem um limite de rendimento.

Além disso, os investimentos de renda variável costumam estar mais alinhados a objetivos de longo prazo. Os títulos de renda fixa, por outro lado, podem atender a metas de curto prazo — como é o caso das notas comerciais.

Em ambos os casos, portanto, é fundamental estudar as alternativas individualmente para fazer uma boa escolha.

Objetivos

No processo de decisão, é primordial ter em mente também os seus motivos para investir. A partir dessa informação, você poderá avaliar a alternativa que oferece as melhores características em termos de prazos, segurança e rentabilidade para o seu propósito.

Diversificação

Por fim, saiba que você não precisa decidir entre comprar ação ou título de dívida. A diversificação dos investimentos é uma estratégia benéfica para diluir riscos e aumentar o potencial de resultados. Assim, você pode escolher os dois, se tiver interesse.

Conseguiu entender a diferença entre comprar uma ação e um título de dívida? Como você viu, ambas as alternativas oferecem vantagens e desvantagens, sendo necessário identificar o que faz mais sentido para a sua estratégia pessoal.

Quer conhecer mais sobre as oportunidades do mercado financeiro? Então converse conosco da Laqus e tire suas dúvidas!


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