Ao considerar o mercado financeiro, é essencial entender que ele apresenta diferentes divisões — e cada uma pode funcionar de maneira diferente. Entre as possibilidades, existem o mercado primário e o mercado secundário, os quais apresentam características particulares.
Por isso, vale a pena conhecer como cada um funciona e qual é o papel de ambos. A partir desse entendimento, torna-se possível definir qual é o melhor ambiente para operar, considerando as oportunidades que estão disponíveis nos dois ecossistemas.
Neste contexto, descubra a seguir o que é o mercado primário e o mercado secundário e veja como eles se distinguem!
O que é o mercado primário e como funciona?
Para começar, o mercado primário representa o ambiente onde os novos valores mobiliários são negociados por meio de uma relação direta entre o emissor e os investidores. É o caso, por exemplo, de uma emissão de títulos de dívida de uma empresa.
Uma vez que eles sejam criados, a companhia negocia diretamente com os investidores. Ou seja, com a venda dos títulos, o dinheiro segue para a empresa e o investidor passa a agir como uma espécie de credor do empreendimento.
Também é o que acontece quando uma empresa faz uma oferta pública inicial (IPO) de ações ou mesmo uma oferta secundária (follow on). Dessa forma, o negócio capta recursos com a realização dos aportes de investidores na bolsa de valores.
O que é o mercado secundário e como funciona?
Já o mercado secundário funciona de maneira diferente. Ele prevê a negociação de valores mobiliários entre terceiros, de modo alheio ao emissor desses investimentos.
Ou seja, os valores mobiliários são negociados entre os próprios investidores, sem que exista interferência do negócio. No caso, portanto, o dinheiro movimentado segue para quem vende os valores mobiliários — e não para a empresa que os emitiu inicialmente.
Quais são as principais diferenças entre mercado primário e secundário?
Como você viu, esses dois mercados têm diferenças importantes acerca do funcionamento e de quem capta os valores oriundos das negociações. Porém, existem outras distinções que também devem ser consideradas.
Uma delas envolve os investimentos que podem ser encontrados em cada ambiente. Os títulos públicos, por exemplo, são mais frequentes no mercado primário, pela negociação via Tesouro Direto. Porém, não é impossível encontrar alguns deles sendo negociados no mercado secundário.
Por outro lado, as ações só fazem parte do mercado primário durante um IPO ou follow on. A partir disso, todas as negociações ocorrem no mercado secundário da bolsa de valores. O mesmo acontece com fundos que têm cotas negociadas na bolsa, como é o caso dos fundos imobiliários (FIIs).
Já os títulos privados de renda fixa podem ser encontrados nos dois ambientes. Entre eles, estão alternativas como debêntures, os certificados de recebíveis do agronegócio (CRAs) e as notas comerciais — ou commercial papers.
Nesses casos, a negociação via mercado secundário oferece liquidez aos investidores. Caso não seja possível resgatar um título de maneira antecipada com o emissor, a venda nesse ambiente se torna uma alternativa para transformar os valores mobiliários em dinheiro.
Outra diferença importante em relação aos mercados primário e secundário na renda fixa é o preço dos títulos. Quando você aplica diretamente com o emissor, o investimento mínimo é definido por ele — e as taxas de rentabilidade também.
Nas negociações do mercado secundário, contudo, os títulos costumam ser vendidos pelo preço de mercado a cada momento. Com isso, é possível que o comprador encontre oportunidades diferentes do mercado primário. Já o vendedor do título pode ter prejuízo na venda, em alguns casos.
Qual é a importância de cada mercado?
Até aqui, você descobriu que o mercado primário e o mercado secundário funcionam de maneira diferente e também apresentam oportunidades distintas. Além disso, é necessário considerar que cada um tem a sua importância.
O mercado primário é essencial, por exemplo, para realizar a emissão de novos valores mobiliários. Graças a ele, as empresas podem captar recursos e os investidores têm acesso a oportunidades inéditas no mercado de capitais.
Já o mercado secundário é relevante para viabilizar a negociação entre investidores, o que pode aumentar a liquidez. Ainda, ele cria um ambiente propício à realização de negócios, contando com transparência e mais segurança.
No geral, os dois mercados se complementam, pois viabilizam oportunidades tanto para os emissores quanto para os investidores.
Por que é importante conhecer os dois mercados?
Entender o funcionamento do mercado primário e do mercado secundário é importante para todos que participam do ambiente de investimentos.
Para entender melhor, confira quais são os impactos para cada um dos participantes envolvidos nesses processos!
Emissores
Os emissores de valores mobiliários são diretamente impactados pela existência do mercado primário e secundário. Como vimos, o primeiro possibilita captar recursos com custos menores na comparação com empréstimos e financiamentos, por exemplo.
Por outro lado, o mercado secundário pode atrair novos investidores. Sabendo que é possível vender os ativos nesse ambiente, a tendência é que haja maior liquidez para as negociações.
Investidores
Para os investidores, ambos os mercados podem ser importantes e oferecer benefícios. Participar do mercado primário ajuda a aproveitar investimentos diversos de modo direto e desde o começo. Ademais, essa é uma forma de ajudar uma empresa a captar recursos via valores mobiliários.
Já o mercado secundário permite que os investidores negociem aplicações de renda fixa antes do vencimento, por exemplo, e também traz dinamicidade para a renda variável. Isso pode gerar mais flexibilidade para a estratégia, de acordo com os objetivos ao investir.
Profissionais do mercado financeiro
Conhecer ambos os mercados também é importante para profissionais do setor. Um assessor de investimentos, por exemplo, deve entender melhor o funcionamento dos mercados para apresentar as informações aos clientes investidores.
Além disso, os profissionais podem apoiar empresas que desejam emitir valores mobiliários para captar recursos. Como consequência, o conhecimento sobre o mercado primário se torna especialmente relevante.
Como você viu, o mercado primário e o mercado secundário se diferenciam, principalmente, pelo tipo de negociação. Enquanto o primeiro garante a captação de recursos pelos emissores, o segundo envolve a negociação entre investidores — e é preciso entender ambos os ambientes e suas diferenças!
Essas informações foram úteis para você? Para ter ajuda e entender melhor as alternativas do mercado de capitais, entre em contato conosco da Laqus!
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